terça-feira, 28 de setembro de 2010

Em cacos

Chove lá fora, chuva de primavera, mas a verdadeira tempestade cai aqui dentro.
Um dia você foi considerado importante, tido como gente. Os anos passam e com ele também vai o tal sentimento aprazível e acolhedor que um dia teve. Você cresce física e mentalmente, junto com esse progresso vem a formação do seu caráter. Algumas coisas simplesmente não tem o mínimo sentido, são descabíveis para você, mas o outro lado da moeda mostra o que você acredita, o que você não acredita ou puramente o que lhe traz satisfação. Nem sempre vontades são aceitas pelos seus ''superiores'' e a partir daí cria-se um embate colossal entre ambos. Soa engraçado dizer que nunca sua vontade é aceita, sem nenhuma exceção e perde-se a graça quando um ser humano apenas pode receber este ''rótulo'' se ele ou ela for capaz de se sustentar ou ter domínio sobre seu nariz. O que parece engraçado torna-se irônico quando o que há 10, 15 anos foi, indubitalvemente, essencial agora é tachado de inútil, vagabundo, desinteressado, entre tantos outros ''complementos'' nada agradáveis que poderiam preencher uma lista infinita.
Esta situação lastimável transforma-se em caos, em um labirinto onde a saída parece inexistir. Aliás, essa saída aparenta ser exclusivamente a vontade de sumir de tudo e de todos, pois aos seus superiores pouco importam os seus esforços e méritos, o que realmente vale são resultados traduzidos em onças ou garoupas. Quanto mais alto for o nível do seu prestígio, maior ser humano você será. Caso contrário isso aconteça...
São irredutíveis as críticas destrutivas que você gentilmente recebe, e enquanto este pandemônio não tem um fim, a forte chuva de primavera cai lá fora e a verdadeira tempestade te destrói vagarosamente cai sobre você.

domingo, 30 de maio de 2010

Aerosmith: sinônimo de rock e jovialidade


Depois de muito, mas muito tempo sem escrever, estou de volta para tentar passar um pouco do que eu senti no melhor dia da minha vida, dia 29 de maio de 2010, quando a banda Aerosmith subiu no palco e tocou o rock que eu tanto conheço e aprecio. O texto será uma mistura de estudante jornalismo com grandes toques de fã da melhor banda (eu disse que o lado fã ia se aflorar, rs).

O dia foi longo, cheguei no estádio do meu arqui-inimigo às 17:35 da tarde (o que eu não faço pela banda). Sim, cheguei cedo a espera foi longa e pra ''colaborar'' o DJ era péssimo e mandou muitas músicas ruins, no qual nem vale citar para não estragar a imagem do hard rock poderoso do Aerosmith. Antes dos hoje avôs maus de Boston se apresentarem, teve o show de abertura da banda Cachorro Grande, um show que serviu de aperitivo pro que estava para vir depois. Muitos fãs queriam que o show acabasse logo, mas confesso que o repertório foi bem escolhido e eles souberam executar muito bem as músicas. Com o término do show a apreensão tomou conta de praticamente todo o público presente, afinal, o Aerosmith estava há poucos minutos de subir no palco e prestes a fazer uma apresentação épica. Pouco mais de 21:30 abaixaram-se as enormes cortinas com o símbolo da banda e ouviu-se a música de Bob Dylan (a mesma que serviu de introdução ao show de Poa, RS), que diz ''everybody must get stoned'' ou simplesmente ''todos ficarão chapados'', o público foi à loucura. O show estava para começar, e ouviu-se os primeiros acordes de Eat the Rich, o estádio inteiro entrou em estado de euforia e o mesmo aumentou quando as cortinas caíram e a banda pode ser vista por mais de 35 mil pessoas que lotaram o estádio. O grupo surpreendeu positivamente muitos -inclusive eu- por começar o show optando pelo clássico Eat the Rich (1993), esta música é realmente um petardo, e mostrou toda a competência da banda, com solos marcantes, bateria pesada e o vocal inconfundível de Mr. Steven Tyler. E lá estava eu na cadeira coberta, cantando, gritando e acompanhando a incrível performance da banda. Back in the Saddle foi a próxima música a ser executada, o que fez com que os fãs cantassem a música com êxito. Para mim foi uma grande surpresa, pois foi a primeira vez que a banda tocou uma música do clássico Rocks, de 1976. O show seguiu com Love in An Elevator, clássico do álbum Pump conhecido por muitos, e este foi o início de uma grande 'tempestade' de músicas em que o público cantou e agitou, seguidas por Falling in Love (Is Hard on the Kness), Pink, Dream On e Jaded. Se o público não decepcionava, tampouco a banda o fez, a banda estava fazendo o seu papel perfeitamente e todos os integrantes da banda esbanjavam saúde de sobra durante a apresentação. É fato citar que durante esta pequena tour de músicas famosíssimas da banda, o público mais teen e fãs recentes da banda explodiram de tamanha empolgação, cantando os clássicos e causando êxtase total, mas nada que superasse o belíssimo momento em que Dream On foi executada, celulares e isqueiros ligados, mãos para o alto, coro e muitos, muitíssimos gritos eufóricos saíam das gargantas dos inúmeros fãs. Com o término de Jaded, Steven disse algumas breves palavras, dizendo que a próxima música que eles iriam tocar seria do álbum Draw the Line, e sim, EU comecei a gritar e pular quando ouvi a introdução do clássico Kings and Queens (mais uma surpresa proporcionada), balada medieval e nada melosa que mostrou um Aerosmith vigoroso e que não esqueceu dos clássicos que o fizeram tornar a banda que é hoje. Foi engraçado e um tanto triste notar que muitos ali não conheciam a belíssima canção que foi lançada em 1977. O ápice de êxtase tomado por mim foi graças a essa canção, procurei voz para conseguir cantar junto com a banda, mas a total rouquidão não me impediu de fazê-lo. Após o final da música, o público aplaudiu com total respeito à grandiosíssima música que foi executada com sucesso pelo quinteto. O enlevo veio à tona com a execução das músicas seguintes, Crazy e Cryin', clássicos absolutos da banda lançados em 1993 no álbum Get a Grip, que estabeleceu novamente o Aerosmith no topo do mundo da música, onde todos, jovens, idosos e crianças cantaram, espernearam e com certeza lembraram da infância, adolescência graças a esses clássicos da banda. Fato cômico a ser ressaltado foi o momento que foi jogada uma calcinha vermelha no palco, e Steven brincou, colocando-a no microfone de Joe Perry. Após o fim de Cryin ', Steven introduziu Joey Kramer num magistral solo de bateria de aproximadamente 5 minutos, onde Kramedog interagiu com o público, fazendo um solo de gênio, tocando com, sem baquetas e também com a cabeça. Durante o solo houve uma participação de Steven Tyler, que tocou junto com o baterista e após o fim deu um abraço sincero no companheiro de banda, e passou a imagem a muitos fãs de que a banda esqueceu dos problemas passados. Kramedog não parou por aí, pois a próxima música seria Lord of the Thighs, do álbum Get Your Wings (1974), e por coincidência (ou não) a música favorita do baterista para se tocar ao vivo. Os fãs e grandes conhecedores da banda aprovaram o triunfo apresentado pela banda, e inclusive eu, que estava lá, cantando O clássico da banda. O grande momento da música foi representado pelos solos de Brad Whitford e Joe Perry, fazendo com que os fãs lembrassem dos grandes momentos da banda nos anos '70. Os holofotes estavam apontados para Joe Perry, que teve o seu momento duelando no Guitar Hero contra si próprio, o que fez muitos fãs teens e jogadores do game se empolgarem. Mas não acabou por aí, Joe cantou e tocou Stop Messin' Around, cover do álbum Honkin' on Bobo (2004), alternando solos com Mr. Whitford. Um dos momentos mais marcantes do show foi quando Steven começou a cantar What It Takes, sem o acompanhamento do instrumental da banda, e o público cantando junto com o genial Demon of Screamin', durante esse ''dueto'', Steven demonstrou todo o seu carinho e apreço pelos fãs brasileiros. Após a belíssima balada, um grande momentos esperados do show finalmente havia chegado: Sweet Emotion, clássico inconstetával do rock do álbum Toys in the Attic (1975). Tom Hamilton deu uma aula de baixo, fazendo um solo e representando o clássico que foi escrito por ele (e coescrito por Steven). O público cantou junto cada de segundo de música, até os ''yeah, yeah, yeah'' não escaparam, e Joe Perry levou os espectadores ao êxtase total (pela enésima vez) tocando um instrumento um tanto estranho, mas que soou perfeitamente bem à música. O momento blues estava de volta, agora com a cover Baby Please Don't Go (também do álbum Honkin' on Bobo, de 2004), no qual Steven deu mais uma prova de que é considerado por muitos, o melhor cantor do rock, e claro, tocou a sua querida harmônica, que só acrescentou mais charme à música e levou as garotas ao delírio, que dançavam ao som da música.
Os momentos finais estavam chegando, infelizmente, e a banda não deixou o público resparar com o explosivo clássico Draw the Line (do álbum de mesmo nome, de 1977), mais um momento de euforia dos fãs das ''old shits'' da banda. Joe Perry deu mais uma vez uma aula de guitarra, com solos belíssimos e desconsertantes, e Brad Whitford fazendo o trabalho de guitarrista-rítmico com extrema importância. Com o término da canção, a banda deixou o palco por alguns minutos e muitos ficaram com a grande dúvida: será que eles vão voltar? Mas é claro que sim, e voltaram com grande intensidade ao tocar outro clássico absoluto do rock, Walk This Way, o público acompanhou a música inteira, cantando e com as mãos levantadas, após Steven dizer: ''Put your hands in the air'', o estádio fez uma belíssima coreografia com as mãos levantadas e com as vozes saindo de suas gargantas ao cantar a tão conhecida e querida música. A última música estava por vir, e muitos enganaram-se ao pensar que eles tocariam Train Kept a Rollin', outra surpresa foi presenciada pelos fãs ao ouvirem a bateria esmagadora e os primeiros acordes de Toys in the Attic, outro clássico da banda, um rock direto e sem frescuras. O momento posterior ao clássico foi destinado à introdução da banda e a triste despedida dos mestres do rock, momento este em que os fãs aplaudiram e gritaram a cada nome dos integrantes. O show, que durou aproximadamente 2 horas, tinha terminado, e parecia que o show não tinha passado de meia hora, e o público ficou com a sensação de querer mais uma aula de rock 'n' roll do quinteto americano.
O dia 29 de maio de 2010 ficou marcado na história do rock e de muitos fãs da banda, onde foram proporcionados momentos únicos, que não serão substituídos tão facilmente, e digo por mim, agradeço a todos os integrantes da banda, Steven Tyler, Joe Perry, Brad Whitford, Tom Hamilton e Joey Kramer, por terem realizado o maior sonho da vida: ir ao show da banda que eu mais respeito e aprecio, obrigado pela aula de hard rock que só vocês podem proporcionar. E fica a mensagem de um fã alucinado pela banda ''Não vejo a hora de eles voltarem para o Brasil novamente. Volta logo, Aerosmith!''

quarta-feira, 31 de março de 2010

Solidão, minha amiga


O amor correspondido da forma mais pura nos torna pessoas mais sonhadoras, maleáveis, simplesmente apaixonadas.
Já faz um tempo que eu não sei o real significado de amar. Já faz um certo tempo desde a última vez em que nos encontramos. Já faz uma eternidade que eu estou completamente decepcionado com você.
Hoje torna-se engraçado ao perceber o nível de tolice atingido por uma pessoa quando está apaixonada. Contar os minutos para finalmente ver a pessoa amada, perceber como o tempo passa rápido quando está ao lado dela, lutar contra o tempo que parece ser seu inimigo, pois o mesmo não colabora, os dias não passam e a saudade aumenta. Os momentos tornam-se inesquecíveis. Atos simples como rir, conversar sobre o que têm em comum, planejar o futuro (inocência), o toque dos lábios, um abraço. São impagáveis, memoráveis e únicos.
O amor deixa de ser amor quando o sentimento deixa de ser compartilhado por duas pessoas. Ela não diz que te ama, prefere mudar quando o assunto é a próxima vez em que irão se encontrar novamente. Ela simplesmente esquece da sua existência. A pessoa sente-se desolada e questiona o porquê de tal mudança repentia. Será que amar uma pessoa é um erro? As pessoas simplesmente não querem ser amadas? O coração é tão frio e vazio ao ponto de esquecer o sentimento alheio? São questões que demoram a ser respondidas, assim como a tentativa de apagar da memória a pessoa que tanto amou (ou ama).
A certeza de um amor que duraria anos foi completamente destruída em pouco tempo. E aqui estou, pensando se vale a pena arriscar gostar de alguém novamente.


''What's the use of fallin' in love?''

O retrato do esquecimento


Já se passaram mais de 80 anos. Uma vida e tanto. As lembranças de sua juventude estão marcadas no passado, há muitos anos. Hoje ela pouco representa algo para sua família.
A idade chegou, os dentes caíram, os fios de cabelo ficaram brancos. A saúde já não é mais a mesma. A pobre senhora tem de ir ao hospital semanalmente para verificar a quantas anda sua frágil saúde. Ela nada pode fazer sem o acompanhamento de uma pessoa. O mundo tornou-se pequeno demais para ela, deixando-a na completa amargura. Ela tem 6 filhos. Todos crescidos e com carreiras encaminhadas para o sucesso. Não se importam com sua mãe, o que é prazeroso para eles é o ver o enriquecimento de seus trabalhos. O descompromisso é total quando referem-se à mulher que os gerou durante 9 meses dentro de seu ventre. A mulher, que um dia foi jovem, tentou passou por todas as dificuldades para dar uma vida digna aos seus filhos. A tentativa de compreender tamanho desprezo vindo de sua família é inválida. Ela questiona se aquela chinelada, aquele puxão de orelha ou aquela bronca dada em tentativa de corrigir o erro dos filhos para torná-los pessoas melhores causaram a ira que ficou reprimida durante anos.
Os dias passam e hoje é seu aniversário. Ela foi a única a se lembrar da data. Teve companhia, mas não estava presente. Passou grande parte do dia vendo as velhas e amareladas fotos de seu casamento, remetendo-a às lembranças do quão feliz e bonita era. Seu marido morreu há mais de 20 anos, mas as memórias continuam presentes. Assim terminou o seu dia.
A única expectativa que restou na vida da senhora é pura e simplesmente de ter o reconhecimento e carinho de seus filhos, passando os dias restantes de sua vida ao lado deles ao invés de terminar o ciclo da vida numa cama de hospital como uma mulher velha, sem amor e sobretudo sem ninguém.

sábado, 6 de março de 2010

Repulsa à família


Ele deseja sumir de casa. Esquecer de tudo e todos. Não vê a hora de ser independente. Ele, sinceramente, não aguenta mais a vida em família.
A mudança de seus pais foi drástica. Seu pai, que um dia foi considerado seu fiel amigo, hoje definitavamente não é o mesmo, o ''velho'' encontra-se afastado, manipulado pelo grande e sujo poder divino. Uma marionete. Quando chega em casa, a primeira coisa a fazer é esconder-se em seu ninho, vivendo em seu pobre mundo onírico e lendo falsas hipocrisias milagrosas. Seus atos e conversão são limitados ao extremo. Sua mãe tem um temperamento forte e explosivo (problema hereditário). Não suporta ter de lidar com a vida de dona de casa, é tedioso e insatisfatório. Sempre anseou em crescer na vida, mas não pode ver a novidade do momento em sala/cozinha que já deseja o quanto antes. Sua vida desiludida é contada diariamente para seus filhos, que certamente não aguentam ouvir sempre a mesma coisa ''o seu pai fez aquilo'', ''o preço de tal produto aumentou'', ''eu não aguento mais ter de limpar essa casa''. Exaustivo. Ele tem uma irmã, pouco mais 6 anos mais velha que ele. Sua suposta maturidade não condiz com o seu comportamento mental, age de forma imatura, e mesmo sendo adulta, é uma criança mimada. às vezes procurar fazer algo para agradar o irmão. Seu afeto é financeiro, pois amor e carinho não fazem parte dela.
Todos o julgam e criticam de forma destrutiva. Vivem de juntos, completamentes um do outro.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Juventude


Tudo parecia ter perdido a razão. De nada valia viver. O ballet era apenas uma distração, não mais uma paixão. Marie preparava-se para um grande espetáculo que iria acontecer no dia seguinte, o que para muitas bailarinas tinha um grande significado, Marie não pensava o mesmo. Em seu camarim, consumida em tristeza, Maria olha para o espelho e vê como os anos se passaram. Rugas e marcas de expressão são cobertos pela forte maquiagem. Os minutos passam e Marie é surpreendida com a entrega de um embrulho em seu camarim. Não hesita em abri-lo. Surpreende-se ao ver o material contido. Um diário escrito por seu único e verdadeiro amor. Marie pergunta para si própria: quem haveria mandado tais lembranças que só me fazem chorar? Marie isola-se de tudo e todos e vai ao encontro de sua juventude. Inicia-se a leitura e junto com ela as recordações vêm à tona. Flashbacks tomam conta de sua mente.
Marie, 15 anos, jovem e inocente bailarina. Voltando para casa, Marie depara-se com um jovem que a observa e admira sua beleza. Após segundos ele se arrisca e puxa conversa com ela. Marie e Henrik finalmente são apresentados um ao outro. Descobrem que moram perto. O início de uma grande amizade estaria começando, ou muito mais. No dia seguinte, Marie acorda cedo e decide pescar. Escova os dentes rapidamente, vestiu o maiô, desceu as escadas e foi de encontro ao barco de pesca. Marie começa a ficar sonolenta, os minutos passam e nada de peixes. Talvez não seria seu dia de sorte. Marie adormece. Segundos após, Marie é surpreendida com a visita de uma pessoa: Henrik e seu fiel companheiro, seu cão. Os jovens se encontram, felizes decidem passear e apreciar a bela paisagem onde estavam. Juntos correm, riem, comem morangos silvestres. Descobrem um ao outro. Tornam-se íntimos. Decidem se encontrar novamente. Um sentimento maior começa a aflorar em seus corações. Marie e Henrik finalmente se beijam. A descoberta do amor estava sendo feita pelos dois jovens. Começam a namorar. Inocência não fazia mais parte da vida de ambos. O desejo era recíproco. Marie e Henrik realmente estavam apaixonados, e nada nem ninguém poderia afastá-los. Até que um certo dia, indo para casa com Henrik, Marie encontra seu tio Erland, bêbado, o infeliz começa a profanar, difamar, ofender a integridade de sua sobrinha. Claro, Erland tentara seduzir sua sobrinha por muitas vezes, porém não obteve sucesso. A única saída encontrada por ele é tentar desgraçar a felicidade de Marie. O casal parece não se importar e vai para o quarto. O clima não era dos melhores, e eles sabiam muito bem disso. Os dias passam e começam os desentendimentos. Henrik sentia-se esquecido por sua namorada, alegando que ela se importava mais com o ballet do que com ele. O casal tem uma séria discussão e Henrik, desolado, sai da casa de Marie, sem rumo. O remorso tomou conta de Marie, que arrependida, sai à procura de seu amor, indo até a casa do mesmo. Henrik chorava de tamanha tristeza. Marie disse que a culpa era dela e o casal se reconcilia. A felicidade estava junta do casal novamente. Marie e Henrik correm sem destino algum, apenas carregando o desejo de se amarem. Brincam, beijam, amam. Não resta dúvidas que foram feitos um para a outro. O tempo muda e Marie também. A constante alegria foi tomada por uma vontade repentina de chorar a noite toda. Um pressentimento de que algo ruim estaria a acontecer. Henrik apenas a acariciou e a beijou, disse que nada de ruim poderia acontecer. Para descontrair o clima de tristeza, Henrik a leva para nadar no rio. Tarde demais. Henrik pulou no mar, quando Marie, sem ter o que fazer, só pôde gritar e ver Henrik indo de encontro às rochas. O jovem havia caído de cabeça, completamente inconsciente. Marie, desesperada, tenta salvar o namorado. Em vão. Henrik estava morto e levou consigo a felicidade de Marie. Não havia mais razão para viver, Marie estava morta por dentro.
Voltando ao presente, Marie encontrou-se num rio de lágrimas, não parava de chorar ao relembrar a felicidade que fora interrompida bruscamente anos atrás. O que fazer? Marie continua a viver e tentando achar um motivo para sua existência.
No dia seguinte, o grande espetáculo estava por vir. Carregando consigo nostalgia e tristeza, Marie apresenta-se, junto com seu grupo, para o teatro completamente lotado, o público se levanta e a aplaude, realmente foi uma bela apresentação de ballet. Para Marie foi apenas mais um espetáculo trágico, assim como tem sido sua longínqua jornada desde a perda de sua vida aos 15 anos.


Tack, Ingmar Bergman.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Um Estranho no Ninho (?)


- Devido aos milhares de pedidos vindos de diversas partes do Globo, digo que postarei o primeiro texto novamente. Brincadeira, mas aqui vai, rs. -


Há pouco mais de duas semanas, minha vida mudava completamente. Eu finalmente ingressei na faculdade, cursando Jornalismo (Comunicação Social rules). Uma das experiências mais tensas (depois tornou-se prazerosa) que eu já vivenciei. A ansiedade tomou conta de mim em pouco tempo, e quando vi, já estava dentro da sala de aula, pronto para começar uma nova fase na vida. Os primeiros dias foram realmente difíceis, me senti completamente perdido e sozinho, mas aos poucos tudo foi melhorando. Conheci a biblioteca (nerd, rs), fiz alguns amigos, gostei dos professores, enfim, tudo se encaixou perfeitamente bem. Estou apenas na segunda semana do curso, mas posso dizer que eu soube me adaptar muito bem ao clima de ''independência'' de estar em uma universidade. Quem dera se eu pudesse ter mais tempo para estudar (pode ser que eu me arrependa no futuro ao ter dito isso), minha vida seria muito melhor.
Como nem tudo ''são flores'' na vida, somente algumas horas não fazem um bom dia, minha vida fora da universidade não tem sido das melhores, tenho sofrido decepções de todas as partes, mas fazer o quê? É a vida. Aprendemos aos poucos que as pessoas não são aquilo que pensamos. Um dia, quem sabe, terei uma vida completamente realizada. Até lá terei muito tempo para descobrir.



Ah, sobre a foto e o título? Apenas me identifiquei, e muito, com a situação vivenciada por Randle Patrick McMurphy, só que em realidades completamente opostas (quem assistiu ao filme sabe o que estou falando).