terça-feira, 28 de setembro de 2010

Em cacos

Chove lá fora, chuva de primavera, mas a verdadeira tempestade cai aqui dentro.
Um dia você foi considerado importante, tido como gente. Os anos passam e com ele também vai o tal sentimento aprazível e acolhedor que um dia teve. Você cresce física e mentalmente, junto com esse progresso vem a formação do seu caráter. Algumas coisas simplesmente não tem o mínimo sentido, são descabíveis para você, mas o outro lado da moeda mostra o que você acredita, o que você não acredita ou puramente o que lhe traz satisfação. Nem sempre vontades são aceitas pelos seus ''superiores'' e a partir daí cria-se um embate colossal entre ambos. Soa engraçado dizer que nunca sua vontade é aceita, sem nenhuma exceção e perde-se a graça quando um ser humano apenas pode receber este ''rótulo'' se ele ou ela for capaz de se sustentar ou ter domínio sobre seu nariz. O que parece engraçado torna-se irônico quando o que há 10, 15 anos foi, indubitalvemente, essencial agora é tachado de inútil, vagabundo, desinteressado, entre tantos outros ''complementos'' nada agradáveis que poderiam preencher uma lista infinita.
Esta situação lastimável transforma-se em caos, em um labirinto onde a saída parece inexistir. Aliás, essa saída aparenta ser exclusivamente a vontade de sumir de tudo e de todos, pois aos seus superiores pouco importam os seus esforços e méritos, o que realmente vale são resultados traduzidos em onças ou garoupas. Quanto mais alto for o nível do seu prestígio, maior ser humano você será. Caso contrário isso aconteça...
São irredutíveis as críticas destrutivas que você gentilmente recebe, e enquanto este pandemônio não tem um fim, a forte chuva de primavera cai lá fora e a verdadeira tempestade te destrói vagarosamente cai sobre você.